HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE NARANDIBA
CORRUTA, um nome carinhoso dado pelos moradores da época. O segundo nome dado à cidade era Quarenta, por estar situado a quarenta quilômetros de Presidente Prudente. Narandiba foi nome dado pelo senhor Celeste Vendramini, doador da área onde hoje está situada a praça principal. Dotado do espírito do bandeirantismo, em 18 de setembro de 1933, chegaram à região os seus primeiros moradores. Era a família de José Ruiz Perez, considerado o fundador de um pequeno povoado que recebeu o nome de Celeste em homenagem a Celeste Vendramini – doador da área do município. Algum tempo depois, ficou conhecida como Patrimônio São Francisco de Paula, até a criação de distrito em 1945. Nesta época o distrito pertencia a Pirapozinho. Dado a fertilidade do solo, o distrito viveu anos de progresso. Mas se tornou independente somente através da Lei Estadual nº 8092, de 28 de março de 1964, quando é criado o Município de Narandiba. O nome é de origem indígena que significa Terra da Laranja. No dia 21 de março de 1965, assume a chefia do executivo do município o seu primeiro prefeito, Arnaldo Ruiz, filho de José Ruiz Perez.
CARACTERÍSTICAS TERRITORIAIS
O solo de Narandiba é formado por uma camada sedimentar de arenito de Bauru. Em sua maior parte, aparece também afloramentos de basalto mais ao sul do município, em áreas contíguas ao longo do Rio Paranapanema. Este solo é chamado de ‘Terra Roxa’ originada da decomposição de rochas eruptivas e básicas. São solos profundos bem mais ricos em húmus. O município possui uma área de 440,00 Km2, numa forma alongada no sentido norte e sul, tendo como limites os seguintes municípios: ao norte, antes de chamar-se Narandiba, o povoado era denominado Corruta – que vem de corruptela, à leste Anhumas, à oeste Taciba, e Pirapozinho ao sul do Estado do Paraná. É situado numa região de planalto, com uma altitude de 465 metros, e apresenta um relevo uniforme e monótono. Os rios que drenam o município são na maioria de pequeno porte. São eles: Córrego da Onça, Córrego Siqueira, Córrego da Anhumas, Rio Laranjeiras, destacando-se o Rio Paranapanema pelo volume de água e extensão, e o transporte por suas históricas balsas ligando ao estado do Paraná, constitui o aspecto mais pitoresco da região. O seu clima é tropical, controlado predominantemente por massas de ar equatorial e tropical, e classificar-se-ia, segundo Strahler, como clima tropical alternadamente úmido e seco. A temperatura média varia de 24º a 26º graus centígrados nos meses de verão, sendo janeiro o mês mais quente do ano, e no inverno a temperatura gira em torno de 18º graus centígrados. A pluviosidade anual está entre 1.100mm a 1.200mm, sendo que janeiro é o mês mais chuvoso e julho o mês mais seco. A zona urbana do município está localizada no setor sudoeste do Planalto Ocidental Paulista, e as atividades econômicas de Narandiba são a pecuária e agricultura. Na pecuária, podemos encontrar no município um grande plantel de bovinos das raças zebuínas, nelore, santa gertrudes e búfalos, e também suínos das raças tatuí junqueira, faixa branca e outros de origem europeia. Na agricultura, as culturas mais produzidas são: amendoim, mamona, arroz, feijão, trigo, milho, tomate e algodão.
PIONEIRISMO
O primeiro a chegar as terras onde hoje é Narandiba, foi o senhor José Ruiz Peres, espanhol, nascido em 25 de maio de 1905, e estabeleceu-se em Presidente Prudente, trabalhando como taxista. Quando chegou nesta região, já era casado e pai de dois filhos. Então veio com a família, com o sonho de ter uma vida melhor. Apesar de ser considerado o pioneiro de Narandiba, nunca exerceu função política. Isso porque, não quis se naturalizar brasileiro, por acreditar que se assim fizesse estaria traindo sua pátria à Espanha. Sua intenção era montar um comércio para amparar a população que estava distante de Presidente Prudente, a cerca de 40 quilômetros. Essa ideia só vingou, porque já estava começando a derrubada das matas das futuras fazendas. Com isso, o primeiro comércio a ser construído foi um armazém. Em 28 de março de 1964 é criado o Município de Narandiba. O movimento de emancipação foi organizado pelos senhores Laudelino Ferreira, João Botelho Sena, Arnaldo Ruiz. Este movimento aconteceu sem brigas ou grupos discordantes.
FUNDADOR DA CIDADE
Sr. Arvelino Antônio Paes – Este é o nome de um dos fundadores de Narandiba. Nasceu no dia 24 de fevereiro de 1921, migrante de Olho da Água Flores (AL). Era peão e chegou na região por volta do ano de 1943, quando tinha apenas 22 anos idade. Nesta época já era casado e pai de um filho. Quando chegou ao município, trabalhou de tudo um pouco. Chegou até a trabalhar para o primeiro prefeito da cidade, o farmacêutico Arnaldo Ruiz, como cabo eleitoral. Morador em Narandiba, ao longo de sua vida teve nove filhos, 30 netos e 19 bisnetos.
VISITAS ILUSTRES
Narandiba já recebeu vários visitantes ilustres, que em sua maioria são políticos. Visitaram a cidade os governadores do Estado de São Paulo: Laudo Natel, Paulo Egídio Martins, Paulo Salim Maluf, Mário Covas, além das visitas de deputados como: Jorge Maluly Neto, Ademar de Barros Filho, José Maria Marin e Mauro Bragato. Vale citar que estes deputados trouxeram recursos para o município. Também visitaram à cidade, o locutor de rodeios, Asa Branca, o Deputado Federal Francisco Rossi, e os cantores sertanejos João Paulo e Daniel, que vieram para a inauguração da ponte no bairro Santa Cruz, (Dr. Jacomino) e a ponte que liga Narandiba à Taciba.
TRANSPORTES
No início o veículo utilizado para a locomoção das pessoas de Narandiba para Presidente Prudente e outras cidades, era uma velha ‘jardineira’. Com o passar do tempo vieram os ônibus, caminhões, peruas, automóveis e carroças. Isso aconteceu em meados de 1965, a partir da emancipação do município. Os serviços prestados eram de transporte de passageiros e emergências. A cidade também possuía transporte coletivo urbano. Narandiba era passagem obrigatória através da Estrada Alves de Almeida, para quem ia de Presidente Prudente ao Paraná. Com isso, o tráfego de veículos aumentou e era intenso como o de uma rodovia. Por discordância de alguns fazendeiros, que não concordavam com este tráfego dentro da cidade, foi construída a Rodovia Assis Chateaubriand, que passa a sete quilômetros fora da cidade. O transporte coletivo atualmente é executado apenas com a Empresa de Transporte Jandaia, que faz a linha Narandiba-Presidente Prudente, passando dentro da cidade de Pirapozinho. A prefeitura também tem fornecido transporte aos estudantes da cidade. Não há transporte coletivo urbano.
CONSTRUÇÃO CIVIL
De início, a maioria das casas existentes em Narandiba eram construções feitas de madeira. Outras até construídas de barro com cobertura de tabuinhas. Também pode se registrar as casas onde as paredes eram de coqueiro com cobertura de sapé. Atualmente as residências são em sua maioria de alvenaria.
REASSENTAMENTO LARANJEIRAS (TAQUARUÇU)
Há cerca de alguns anos era criado na cidade, o assentamento Laranjeiras. Há 34 quilômetros da cidade, o local possui 105 famílias titulares e 60 agregados. Um dos primeiros assentados e representante de Laranjeiras, foi o senhor Ciro Bispo da Cruz. Agricultor, natural de Sertanópolis (PR), Cruz nasceu em 09 de dezembro de 1960, sendo filho de José Dias da Cruz e Maria Aparecida Gomes da Cruz. Casou-se com Maria Aparecida da Cruz e tem cinco filhos. Ele veio de um assentamento da Cesp em Euclides da Cunha (SP), junto com mais 37 famílias, no dia 27 de março de 1982. A terra em Euclides da Cunha era fraca, por este motivo a Cesp comprou a fazenda Laranjeiras e fez o assentamento, que na época só tinha canavial. Os assentados trabalham com pecuária, piscicultura, agricultura, e no cultivo de algodão, café, arroz e mandioca. A Cesp forneceu moradia, eletricidade, água de poço, posto de saúde e verba para a construção de uma escola. Em 1997 a prefeitura de Narandiba passou a ser responsável pelo assentamento, não tendo assim nenhum vínculo mais com a Cesp. O assentamento possui uma infraestrutura suficiente para atender seus moradores. No setor de transporte, possui uma Kombi e uma moto para a saúde. Um ônibus de estudantes, que circula internamente e outro que leva os estudantes para a cidade. No lazer há um campo de futebol, pista de laço e um Centro Comunitário. No início, os alunos estudavam na colônia onde tinham duas salas de mais ou menos 30 a 40 alunos. No assentamento Laranjeiras, são promovidas festas juninas, religiosas além de bailes, que atraem toda a comunidade local. Tem igreja Católica e Presbiteriana. Também são realizados vários eventos que animam à população. Um deles envolve os jogos de futebol e as provas de laço. Há vários estabelecimentos comerciais.
Fonte: ENCICLOPÉDIA MUNICIPAL BRASILEIRA – EMUBRA
Núcleo de Referência da História do Oeste Paulista
EDUCAÇÃO EM NARANDIBA – 1950
Foi no início da década de 1950 que começou no Estado de São Paulo, uma grande expansão da rede escolar. Ampliou-se aí o atendimento escolar às camadas mais humildes da população. Neste contexto, com o objetivo de oferecer a escolaridade obrigatória à população, o Governo Federal e do Estado de São Paulo amplia nos municípios pequenos, os grupos escolares do “primário”, também chamado de “primeiro estágio” que hoje corresponde às primeiras séries do Ensino Fundamental, ou seja, do primeiro ao quinto ano escolar. Nesta época, o acesso ao segundo estágio era por meio da “prova de admissão”. Os pais encaminhavam seus filhos para escolas que ofereciam outros níveis mais elevados de ensino. Os alunos prestavam a prova e tinham acesso se fossem aprovados. Isso era uma peneira ou uma barreira para o acesso da população aos estudos na época. Antes de 1950, os alunos de Narandiba estudavam numa escolinha que funcionava como classe descentralizada do grupo Escolar de Pirapozinho e localizava-se ali perto de onde é hoje o Mercado Darvam. No município de Narandiba, a primeira instalação de um Grupo Escolar próprio, segundo os assentamentos, ou seja, dos arquivos que ainda restam, datam de 25 de março de 1950. O “GRUPO ESCOLAR DE NARANDIBA” foi criado pelo Ato/Decreto n 08 de 08/03/1950, assinado pelo então Governador do Estado, Dr. Adhemar de Barros, e publicado no Jornal Diário Oficial do Estado, nesta mesma data. Este grupo escolar passou a funcionar onde hoje é o barracão da prefeitura, onde funcionou provisoriamente também, e por muitos anos a Prefeitura Municipal, o Posto Telefônico e a Agência dos Correios no final dos anos 70 e início da década de 80, em frente a Praça Celeste Vendramini. Era um enorme casarão de madeira. A construção do grande prédio, na antiga Avenida Dr. Arthur Witacker, foi finalizada em 1969 e inaugurada em 1970, para a instalação do Grupo Escolar de Narandiba. A área foi doada pela Prefeitura Municipal de Narandiba, que comprou do senhor Sebastião Branis. A obra se caracteriza até hoje como uma escola resistente em sua estrutura física, sendo possível uma ampliação em cima, criando mais um andar. O prédio tinha uma das mais seguras e caprichada estrutura para a Escola Estadual do Município. Em agosto de 1971, foi sancionada a Lei Federal 5.692/71, que aboliu os grupos escolares criados em1893 e unificou o primário e o ginásio em Primeiro Grau, com duração de 08 anos. Nosso município pertencia à Divisão Regional de Ensino de Presidente Prudente e era jurisdicionada também a Delegacia de Ensino de Presidente Prudente. Somente algumas décadas depois, passaria a jurisdição para a Delegacia de Ensino de Regente Feijó. Em 1999, uma reorganização ocorreu em todo o Estado de São Paulo, alterando a jurisdição de muitos municípios e o fechamento de muitas Delegacias de Ensino, como a de Regente Feijó. Houve alteração na nomenclatura de Delegacia de Ensino para Diretoria de Ensino. Nossa Escola Estadual passa a fazer parte da jurisdição da Diretoria de Ensino – Região De Mirante do Paranapanema. Em 13 de Agosto de 2002 a E.E. de Narandiba mudou novamente de endereço. Foi para a outra quina da cidade, na Rua Vereador Miguel Pimenta Duarte. Um prédio menor, mas que foi cuidado com todo carinho pelos funcionários, professores, alunos e da direção. Estávamos ansiosos pela mudança para o novo prédio, pois a Escola Estadual precisava recuperar uma identidade, ter local próprio para sua instalação. Após inúmeras alterações de nomes, grades curriculares, mudanças de prédios, instalações de novos cursos e criação de novas séries, em todos esses anos, nos resta lembrar com saudades dos primeiros professores, que nos traziam os preciosos livros didáticos. Afinal quem não estudou na cartilha “Caminho Suave” da Autora Branca Alves de Lima, nos livrinhos de “Moral e Cívica”, de Estudos Sociais e da tão famosa e encantadora “Cartilha Sodré” e tantos outros inesquecíveis.
Texto: Compilado da Revista Comemorativa dos 60 anos da Escola Estadual de Narandiba.
Autores e Pesquisadores:
Emerson Magro: Supervisor de Ensino da D.E.R. Mirante do Paranapanema/SP.
Enio Magro: Diretor Titular de cargo da Escola Estadual de Narandiba/SP.
“CAMINHO DE PEABIRU”- Narandiba recebe a IV Peregrinação
Entre os dias (29/11 – 30/11 e 01/12/2013), aconteceu no município de Narandiba, a IV Peregrinação do Caminho do Peabiru – Ramal Paranapanema. O caminho de Peabiru é uma rota transcontinental pré-colombiana de mais de 3.000 Km de extensão, que percorre o Paraguai, Brasil, Bolivia, Argentina e Peru. De acordo com o coordenador de projetos ambientais da UNIESP, Pedro Sérgio Mora Filho, no Brasil, o caminho de Peabiru passa pelos estados de Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Mato Grosso. “Devido à importância histórica desse sistema de estradas, alguns estudiosos e turismólogos comparam-no ao caminho de Santiago de Compostela”. “Existe inclusive um projeto Binacional entre Paraguai e Brasil, que busca o resgate desse caminho”, explica o coordenador. O coordenador Pedro Mora afirma ainda que o objetivo desta peregrinação é desenvolver uma rota turística no Oeste Paulista, além de resgatar a história indígena e religiosa. “Pretendemos fomentar o desenvolvimento sócio econômico e cultural da região, com apoio da prefeitura de Narandiba, através do prefeito Enio Magro” afirma. No primeiro dia do evento (29), no Centro de Eventos “Noel Urias” em Narandiba, realizou-se a recepção dos Peregrinos por gestores públicos e comunidade. No segundo dia (30), os peregrinos percorrem um trecho de 5 (cinco) Km tendo como ponto turístico principal a “Gruta Nossa Senhora de Lourdes” no sitio Recanto da Imaculada Conceição à 3km e 44m de Narandiba. Inaugurada no dia 21 de novembro de 2013, a Gruta agora faz parte da Rota da Peregrinação. Ainda no dia 30, os peregrinos ajudaram a comunidade de Narandiba na escolha do Prato Típico de Narandiba: Entre as opções: escondidinho de carne seca galinhada e farofa de feijão de corda, a última foi escolhida pela maioria dos degustadores. O prefeito Enio, precursor no apoio ao Projeto “Caminho de Peabiru” idealizado pela UNIESP de Presidente Prudente, tem buscado junto aos órgãos governamentais apoio para desenvolver o potencial turístico de Narandiba e da região. Narandiba faz parte do “Circuito Oeste Rios”, a origem do nome do circuito está relacionada à sua localização e à presença de dois importantes rios: Paraná e Paranapanema. Visitar o circuito Oeste Rios significa comtemplar a riqueza paisagística às margens dos rios Paraná e Paranapanema, aproveitar os balneários, percorrer trilhas, ter contato com a natureza, vivenciar a rotina do campo e conhecer a cultura e a história da região. Os peregrinos chegaram até o dia 01 de dezembro no Sitio Arqueológico de Narandiba.
Fonte: Jornal Independente
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA
Distrito criado com a denominação de Narandiba, pelo decreto-lei estadual nº 14334, de 30-11-1944, com terras desmembradas dos Distritos de Anhumas e Pirapozinho, subordinado ao município de Presidente Prudente. No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o distrito de Narandiba figura no município de Presidente Prudente. Pela lei estadual no 233, de 24-12-1948, transfere o distrito de Narandiba do município de Presidente Prudente para o de Pirapozinho. Em divisão territorial datada de I-VII-1955, o distrito de Narandiba figura no município de Pirapozinho. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 01-VII-1960. Elevado à categoria de município com a denominação de Narandiba, pela lei estadual nº 8092, de 28-02-1964, desmembrado do município de Pirapozinho. Sede no antigo distrito de Narandiba. Constituído do distrito sede. Instalado em 31-03-1965. Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.
Transferência distrital
Pela lei estadual nº 233, de 24-12-1948, transfere o distrito de Narandiba do município de Presidente Prudente para o de Pirapozinho.
Gentílico: Narandibense